sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Um breve relato sobre a biografia do ex-prefeito Bento Abade de Freitas





O Prefeito da época Bento Abade de Freitas, natural de Rio Real (Ba),chegou em Catu no dia 24 de janeiro de 1924. Casou-se com Maria Sá Barreto de Freitas em 08 de maio de 1929, mais conhecida como dona Patú (In memorian), companheira inseparável. Dessa união nasceram 14 filhos, dois já falecidos. Abade faleceu aos 96 anos, em 09 de junho de 2001, mas escreveu uma intensa história de amor com Catu, mesmo não sendo filho da terra.


Bento Abade foi titular do Cartório de Escritura Pública. Foi prefeito  em dois mandatos, 1959 à 1961 e 1966 à 1970. Na segunda eleição disputou o cargo ao executivo com o então candidato Gilberto Alves de Araújo, vencendo pelo partido social democrático.

Um gestor exemplar considerando por muitos catuenses que tiveram oportunidade de acompanhar sua forma exemplar e criteriosa de administrar os recursos públicos.

Na primeira gestão, Bento Abade deu início as obras para estação de tratamento de água, só então concluída na segunda gestão. Muitos foram seus feitos por Catu, algumas de relevância como a construção do mercado municipal situado à Praça Lourenço Olivieri, no centro comercial de Catu.
No fim da década de 60, a economia da cidade passava por uma crise aguda de retração, Abade providenciou trazer um caminhão de farinha de mandioca do sertão para ser distribuído junto com uma cesta de alimentos para as famílias carentes que passava fome, período que o Brasil passava   pela ditadura militar.

Everaldo Freitas, um dos 14  filhos de Bento, lembra de fatos que marcaram a gestão de seu pai, a exemplo da distribuição de ferramentas agrícolas e sementes para pequenos agricultores, fomentando a agricultura familiar. Construiu uma das primeiras casas de farinha elétrica do nordeste, trouxe ampliação da iluminação da cidade, construiu a maternidade e escolas. Também distribuiu grande parte do terreno da Santa Rita para os pobres.


Na lembrança de Everaldo há também um fato inusitado, “ certa vez papai estava almoçando, quando chegou um homem mordido por uma cobra na Fazenda Grotas próximo de S. Miguel (distrito), na cidade não possuía serviço de ambulância, nem recursos necessários para atender o paciente. Ele então colocou numa caçamba e acompanhou até Salvador para que recebesse o tratamento adequado.”
Uma das festas mais populares da época, o micareta,  Bento chegou a contratar três trios elétricos para animar os foliões,  o que na época era um feito singular, já que o normal era um, no máximo dois. Veio então o Trio Tapajós e o Dôdo e Osmar, renomadas atrações da época do carnaval baiano. Os catuenses que não tinham oportunidades de ir ao carnaval da capital, conheceram o tapajós e aproveitaram a festa.
Na época as escolas eram mantidas pelo estado, mas a prefeitura administrada por Abade, não se acanhou em contribuir para as escolas realizarem os desfiles cívicos.
Jamais um doente ficou sem remédio. No governo do prefeito Abade, a prefeitura mantinha um convênio com a Farmácia. Tempos em que não existiam políticas do governo federal e estadual para distribuição de medicamentos para população carente.
O ano de 2018 é o sesquicentenário de emancipação política da cidade. A esperança que não pode e não deve morrer, é que seja comemorado como esta cidade merece.
Catu deve ser estruturada para o futuro!  Pensada para que as gerações vindouras encontrem oportunidades suficientes para construírem uma sociedade igualitária, suplantada em uma economia diversificada e sólida.
O resgate à memória da história da cidade, contribui para um futuro em que as debilidades sócias econômicas do município, possam ser superadas, escrevendo assim uma nova história através de um caminho futurista, com políticas públicas eficazes que apontam a ascensão do amanhã e fazem alusão ao passado áureo da cidade de economia fumangeira, agrícola e das grandes petrolíferas que aqui chegaram por volta da década de 40.
Que venham as indústrias, universidades, a cultura e a educação, a arte, as cooperativas, mais projetos educacionais  que proporcionem menos marginalização social na cidade. Catu precisa ser mais do que é hoje, para ser forte amanhã, optando por um caminho mais curto rumo ao progresso. Não é fácil, mas é possível, para que assim como diz a última estrofe do hino da cidade: “ Teus filhos hão de ver-te forte…Para a grandeza do Brasil…”


Por Evanil Pinto / Site Catu Acontece / 2017

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